Título: ARTIGO - O poder da fixação
 

Márcio Cavalca Medeiros

Sempre acreditei que a nossa mente é capaz de coisas espantosas. Sei que conhecemos bem pouco sobre o potencial deste órgão que considero fantástico pela capacidade de fazer só o que nos faz bem. Mas admito que muitas vezes sou surpreendido com situações que muitas vezes ficam sem explicações naturais, coerentes e que somente partindo do princípio que a nossa mente ainda é pouco explorada, é que aceitamos fatos estranhos.

Já tinha percebido que todas as vezes que estou querendo algo, procurando alguma coisa que pretendo adquirir, tudo em minha volta passa a destacar este produto. Por exemplo: quando a gente quer comprar um carro e temos a preferência de um modelo ou marca, mas ainda estamos naquele processo de finalização do negócio, é impressionante como todos os carros da cidade se transformam naquele modelo pretendido. O que normalmente não se via com regularidade, passa a chamar a atenção pela quantidade.

É assim com carro, casa, roupa, acessório ou qualquer produto que desejamos muito. Quando a gente imagina ter algo, mas que por alguma razão ainda não temos, a impressão que eu tenho é que essa imagem fica fixada em nossa mente fazendo com que a nossa atenção seja voltada para essa imagem. Ou até mesmo que conduza para que a gente observe essa imagem em locais que normalmente a gente na repara. Realmente é algo assustador.

Sou uma pessoa realista e tenho muita dificuldade em relacionar-me com o imaginário ou com coisas impossíveis ou inexistentes, fora dos padrões normais e possíveis. Assim sendo, sempre quando estou neste estado de fixação, meu comportamento é alterado e passo a ficar vigilante no que eu vejo e faço. Já fiz esta experiência ao trocar de carro, ao desejar um equipamento ou até mesmo quando estou prospectando um novo cliente. Será que é a tal da conspiração universal? Aquele livro, “O Segredo”, bastante propagado explica um pouco sobre isso, mas mostra um conceito que vai mais para o imaginário.

Dia desses ouvi um barulho em uma das rodas do meu carro. A ponto de eu parar várias vezes com receito de que fosse algo sério. Levei ao mecânico e para minha frustração, o especialista não ouviu nada. Fiquei super sem graça. Continuei ouvindo o barulho, e sempre tentava não ouvir, mas não tinha como. Retornei ao mecânico e afirmei que o barulho existia e que incomodava. Para a minha alegria, o especialista era paciente, calmo e muito tranqüilo. Ele falou o que eu queria ouvir, ou seja, que o barulho existia e que o problema poderia ser isso ou aquilo e que ele precisava verificar melhor. Resolveu meu problema. Sai da oficina super seguro, agendado dia, hora e o tempo em que o carro ficaria no conserto.

Estou assustado. Depois deste dia não consigo mais ouvir o barulho. Cheguei a ficar debaixo do carro procurando, procurando e procurando alguma coisa. Nada foi feito, ninguém mexeu e simplesmente o barulho sumiu. Acredito que eu tenha desligado a fixação que eu estava com aquilo e agora estou com dúvidas se realmente o barulho existia.

Digo isso, porque muitas vezes quando fixamos algo ou em alguma coisa, a impressão que tenho é que a vida nos mostra alternativas sempre viáveis e que o desespero nunca é a melhor saída. Que todo problema tem a solução certa no momento ideal. Nada será feito fora do próprio tempo e assim sendo, chego a conclusão que é preciso ter tranqüilidade, serenidade e estar de bem com a vida, para enxergar solução em tudo que está pendente.

Muita gente acha estranha a minha forma tranqüila de ser, mas nunca fiquei desesperado a procura de uma solução para um problema e assim sendo, utilizo o meu Poder de Fixação a procura de uma saída. Como diz a música: Deus pode fechar a porta, mas deixa a janela aberta. Ou seja, sempre existirá uma alternativa em que a gente encontrará se tivermos condição de enxergar. Em clima hostil a saída mais viável nunca será vista. Por isso, acalme-se. Respire fundo, sorria e acredite: a solução aparecerá. Basta utilizar o seu Poder de Fixação. Faça o teste.

Márcio Cavalca Medeiros é radialista e jornalista

E-mail: marcio@medeiros.jor.br

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