Título: Seguro Rural é inconveniente para o Plano Nacional de Trigo
 
Produção de trigo preocupa para a safra de 2007-2008
 
O presidente do Sindicato Rural de Marília, Yoshimi Shintaku, chama atenção das autoridades agrícolas para que estejam atentos quanto as necessidades de mudanças imediatas no seguro rural para que o governo atinja os objetivos planejados com o lançamento do Plano Nacional de Trigo, para aumentar em 25% a produção de trigo da safra 2008/2009. “Se não se preocuparem com a comercialização do produto, apoiando o produtor agrícola, não será estimulante para o proprietário rural”, alertou o dirigente que prevê baixa no preço do produto quando houver grande produção. “É preciso agir rápido liberando recursos para a Política de Garantia de Preços Mínimos”, disse ao acreditar na perda de efeito do plano. “O produtor pode ficar com prejuízo, como aconteceu em anos anteriores”, alertou.

O pensamento do dirigente ruralista de Marília é simples. O governo federal também tem que ter disponibilidade de recursos para atender toda a produção brasileira, que está concentrada no Paraná e Rio Grande do Sul. Juntos, ambos estados respondem por 90% da produção nacional de trigo. Segundo ele o governo federal não pode cortar verbas do Ministério da Agricultura de apoio à comercialização do trigo e de outros produtos, especialmente, num ano em que existem problemas de abastecimento por conta da dependência do trigo da Argentina. Na avaliação do Plano Nacional de trigo, Yoshimi Shintaku diz que a falta de seguro rural eficiente pode comprometer a iniciativa. As medidas não bastam para incentivar o plantio de trigo. “Se o governo não melhorar as condições do seguro rural e implementar com urgência o Fundo de Catástrofe, não creio no aumento da produção do trigo”, disse.

Ao defender o aumento dos subsídios para o prêmio do seguro do produto, de 60% para 75%, foi levado em consideração que as culturas de inverno apresentam alto risco e custo de apólice. Por isso, é preciso de um maior apoio do governo, segundo o presidente do Sindicato Rural de Marília. Segundo ele as culturas de inverno são essenciais para a cesta básica e o controle inflacionário. “É preciso incentivar o investimento em feijão, milho da segunda safra e trigo, para melhorar as condições de abastecimento interno”, opinou o sindicalista rural. “Além disso, é necessário reduzir a importação de trigo e da farinha de trigo, o que proporcionará um impacto na balança comercial, que gera divisas para o Brasil”, opinou.