Título: Desemprego é a principal causa
 
Sérgio Lopes Sobrinho avalia pesquisa sobre inadimplentes no comércio em geral
 
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília (Acim), Sérgio Lopes Sobrinho, observou em recente pesquisa desenvolvida pela Associação Comercial de São Paulo, baseada no Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC), de que o desemprego continua sendo a principal causa de inadimplência entre os consumidores que tiveram o nome incluído no banco de dados, que mostra que 59% deles estão no cadastro devido ao desemprego pessoal ou de alguém da família. “O mesmo motivo foi alegado por 39% dos entrevistados há dez anos”, recordou Sérgio Lopes Sobrinho. “Em 2002, essa foi a resposta de 50% das pessoas ouvidas”, acrescentou.

O descontrole de gastos caiu de 22% para 9% entre os motivos da inadimplência. Por sua vez, a queda na renda recuou de 16% para 6%; e outros motivos, de 20% para 9%. De acordo com técnicos do Instituto Gastão Vidigal, isso mostra que as pessoas aprenderam a comprar. “Acredito que o início do Plano Real foi o princípio de uma mudança de comportamento do consumidor, que passou a verificar valor no dinheiro que recebia”, comentou o dirigente mariliense. Em 1997, as mulheres eram 28% dos endividados. Em 2002 elas subiram para 43% e, na pesquisa deste ano, continuam praticamente estáveis, com 42% dos débitos.

Para o presidente da Acim, e vice-presidente da Facesp, Sérgio Lopes Sobrinho, o aumento da inadimplência entre as mulheres ocorre por causa de sua maior participação no mercado de trabalho. “Mas mesmo um número considerável, o comerciante em geral apontam as mulheres como sendo as mais responsáveis para honrar compromissos financeiros”, opinou Sérgio Lopes Sobrinho. Com relação à idade dos inadimplentes, em setembro de 1997, 42% dos devedores tinham entre 21 e 30 anos; neste ano eles caíram para 24%. Já quem tinha de 41 a 50 anos respondia, há dez anos, por 17% das dívidas, ante 26% agora. Quem, em 1997, tinha entre 51 e 60 anos, respondia por 4% das dívidas, percentual que em 2007 subiu para 11%.

Um comportamento que tem aumentado no crediário é o crédito consignado. Segundo o dirigente mariliense esse comportamento em questão fez aumentar a inadimplência entre os aposentados e pessoas mais idosas. “Isso fez com que pessoas de outra faixa de idade, participassem da pesquisa, pois antigamente isso não existia”, comentou. A principal diferença entre 1997 e o momento atual, da economia, é a inexistência do crédito consignado. Em setembro deste ano, dos 17% de inadimplentes que fizeram esse tipo de empréstimo, 63% informaram que usaram o dinheiro para pagar dívidas.

Com relação ao futuro, 63% dos devedores no SCPC responderam que não pretendem efetuar novas compras a prazo nos próximos três meses, 27% pretendem comprar parcelado e 10% se mostraram indecisos. Sobre quais produtos desejam comprar, 29% dos entrevistados responderam: eletrodomésticos, 16% automóveis, 14% móveis e 13% querem comprar roupas e calçados.